Como exemplificar em palavras um ato imposto pelo DNA de um ser humano? Um povo nômade que vendem suas mercadorias a mais de 1.000 anos sabe bem receber um cliente. Está no DNA do povo Jordaniano e do caráter Beduíno ser hospitaleiro com os visitantes.
Quantas vezes na sua vida de viajante você terá a oportunidade de ser bem tratado por um povo nômade em pleno deserto?
Talvez esta seja uma daquelas grandes oportunidades que não devemos deixar passar.
Até aonde eu sei pode se encontrar no Marrocos este mesmo tipo de experiência, porém o preço é mais pesado para ter as mesmas acomodações individuais dos acampamentos jordanianos (existem barracas coletivas no Marrocos que tem preços mais em conta). O viajante profissional Philipe Santalla publicou aqui no site ótimas dicas sobre o Marrocos. Veja o post aqui.
Então dito isto saiba que a sua jornada em busca da Cidade Perdida pode começar nos acampamentos beduínos do entorno de Petra (chamados Beduin Camp).
Eu fiquei hospedado no Seven Wonders Beduin Camp. Ele tem ótima avaliação no booking e é bem difícil de achar caso você não tenha um GPS (use as coordenadas geográficas= latitude x longitude que está no material informativo do Camp). Você precisa sair da rodovia principal e adentrar em uma breve estrada de chão, e que pode estar ocupada pelas cabras conforme a foto a seguir (existe uma placa de indicação do Camp no acesso a esta estrada).
O acampamento fica a uns 300 metros de Little Petra (que é bem Little mesmo e não é um bom atrativo) e a 5km de Petra. O local é protegido por uma muralha de pedras gigantes. Estas pedras a noite são iluminadas por lanternas como podem ver na foto. Além de bonito é interessante, pois representa como era a iluminação na antiga Petra.
Ao chegar ao Camp não espere encontrar um balcão de recepção e o pórtico de entrada é de feno. Ao adentrar procure um dos beduínos que te recebem com uma folha de papel e os registros de check in. Agradeça caso seja o horário que a água quente está disponível para um bom banho. Os banheiros são coletivos (divididos entre o feminino e o masculino) porém limpos e aconchegantes.
Fica o alerta: eu poderia criticar horripilantemente a falta de água quente e acesso a internet em alguns horários nesta experiência de acampamento. Porém o alerta correto é que quando beber o primeiro chá de gengibre, ao ver o imenso sorriso em te receber, a cozinha com fogão a lenha funcionado caoticamente e a preparação da fogueira para aquecer a noite você irá perceber o quanto és bem-vindo.
Além disto é fácil perceber que eles são o povo mais hospitaleiro do mundo, lá neste acampamento a comida, o fogo, o chá, a cabana e as regras de horários para água e internet irão facilmente te fascinar após o impacto inicial.
As refeições são fartas e tipicamente beduínas. Saborosas e feitas na lenha. Pães, frango, arroz, saladas, húmus e tudo mais muito bem feito (O iogurte de leite de cabra e a geleia de uvas do café da manhã arrebataram em cheio o paladar da minha mãe).
A tenda é simples, porém limpa. As 5 camadas de cobertores garantem o conforto térmico. Mas não esqueça esta é uma experiencia de acampamento, portanto a luz é somente das 18hs às 23hs. A água quente das 18hs às 6h (o horário da água quente as vezes não segue o previsto). A internet é das 19hs às 21hs. Ou seja, existem amenidades ocidentais, mas ainda é um acampamento beduíno.
Então se queres ir a Petra procure se hospedar em um dos Beduin Camp da região e vivencie a cultura deste povo do deserto. Sinta na pele como é viver neste lugar e já saiba antes de chegar que você será muito bem-vindo.
Veja aqui abaixo um vídeo completo do Seven Wonders Beduin Camp. Aproveite e siga o canal do Roteiros Compartilhados no Youtube.
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